terça-feira, setembro 30, 2008

30 de Setembro - Do Baú das Crónicas

António João Pedro Miguel Nuno Manuel

Sempre que vou jantar a casa dos meus pais, saio de lá com a infância atravessada: Benfica mudou, a minha mãe deixou de ter 30 anos, posso fumar sem que ninguém me proíba, quando vem a travessa para a mesa nunca são fatias recheadas, não encontro os meus irmãos de pijama, com os cabelos loiros molhados do banho. A casa dos meus pais não se alterou muito: os quartos dos filhos transformaram-se em salas mas o cheiro é o mesmo. Há retratos de mortos: os meus avós, alguns tios, algumas tias, mortos que nunca me habituei ao facto de estarem mortos, que não me espantaria se entrassem de repente, pessoas que me fazem uma falta dos diabos e a quem não faço falta nenhuma porque nada agora lhes faz falta quanto mais eu. Sempre que vou jantar a casa dos meus pais saio de lá com a infância atravessada: não conheço as pessoas nem os prédios, o Paraíso levou sumiço, a Havaneza evaporou-se, não sei da Dona Maria José contrabandista, não sei do maluco dos passarinhos, há séculos que não vejo o meu pai fazer a barba, há séculos que a minha mãe, com a tesoura pequenina na mão, não me diz:
- Mostra lá os dedos
para me cortar as unhas. Sou eu que as corto sozinho com um corta-unhas, e como sou um azelha demoro eternidades a apanhar as aparas nos azulejos com o indicador molhado em cuspo. E corto-as em silêncio, sem berrar como um vitelo, e a minha mãe espantada
- Ainda nem comecei
a minha mãe que nos cortava as unhas, que nos dava injecções, que transformava as camisas do tio Eloy em camisas para nós e, como sou o mais velho, que andava sempre grávida, João Pedro Miguel Nuno Manuel. Saio de lá com a infância atravessada e fico no automóvel a ver o muro do jardim, o portão com um ananás de cada lado, as janelas trancadas, a copa escura da acácia porque é noite, a Travessa do Vintém das Escolas na mesma, excepto o Cabecinha que não tornei a ver, Não Sei Quê da Costa Cabecinha, num rés-do-chão de peitoril à altura do passeio, com quem me apanharam a pedir para o Santo António, e que tinha fotografias de mulheres nuas, rectângulos de papel negro com criaturas desfocadas que não se percebia peva e ele achava que sim
- Olha as mamas da gaja
e eu, cheio de vergonha e boa vontade, sem perceber mamas nenhumas, e o Cabecinha, a guardar aquelas preciosidades no bolso
- Seu artolas
e a partilhar os tesouros com os Ferra-O-Bico, que eram mais esclarecidos do que nós, se entendiam em glândulas e levavam miúdas ciganas para o mato atrás da Escola Normal, a fim de procederem com elas a operações misteriosas. A infância atravessada é pior que uma espinha: a gente engole bolas de pão e não passa. Talvez seja por isso que vou a Benfica uma vez por mês se tanto e que, quando lá vou, me sinto como um cão à procura de um osso que julga ter enterrado e afinal de contas não existia osso nenhum. Um osso que mesmo assim procuro até me arderem os olhos. Como me procuro nos álbuns de retratos. Como me procuro debaixo da minha cama
(está lá, a minha cama)
Como me procuro no quintal, na figueira do quintal, no sítio onde havia o poço, em que havia a capoeira, de modo que depois do jantar fico no automóvel a ver o muro, o portão com um ananás de cada lado, as janelas trancadas, a copa escura da acácia porque é noite. Se calhar é sempre noite quando a gente cresce. Fico no automóvel à espera que a minha mãe me chame, e sabendo que não me chama porque julga que me fui embora. Realmente fui-me embora. Para sempre.

António Lobo Antunes, Público, 21 de Maio de 1995

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domingo, setembro 28, 2008

28 de Setembro - Parabéns, Vera

A Bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças
e também quer dormir como as outras crianças.

Cecília Meireles

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sábado, setembro 27, 2008

27 de Setembro - Citação do Dia

O Silêncio

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

E o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

Quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

É que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade

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sexta-feira, setembro 26, 2008

26 de Setembro - Citação do Dia

The faculty for myth in innate in the human race. It seizes with avidity upon any incidents, surprising or mysterious, in the career of those who have at all distinguished themselves from their fellows, and invents a legend to which it then attaches a fanatical belief. It is the protest of romance against the commonplace of life. The incidents of the legend become the hero's surest passport to immortality.

Somerset Maugham, The Moon and Sixpence

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quinta-feira, setembro 25, 2008

25 de Setembro - Citação do Dia

Ignorado ficasse o meu destino
Entre pálios (e a ponte sempre à vista),
E anel concluso a chispas de ametista
A frase falha do meu póstumo hino...

Florescesse em meu glabro desatino
O himeneu das escadas da conquista
Cuja preguiça, arrecadada, dista
Almas do meu impulso cristalino...

Meus ócios ricos assim fossem, vilas
Pelo campo romano, e a toga traça
No meu soslaio anónimas (desgraça

A vida) curvas sob mãos intranquilas...
E tudo sem Cleópatra teria
Findado perto de onde raia o dia...

Fernando Pessoa

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quarta-feira, setembro 24, 2008

24 de Setembro - Citação do Dia

O sexo é um terrível aborrecimento. Quando não o tens, sentes que tens de o ter, de qualquer maneira. E quando o tens, ou se o tens, então odeia-lo.

D. H. Lawrence, A Virgem e o Cigano

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terça-feira, setembro 23, 2008

23 de Setembro - Citação do Dia

Poema do actor

O actor acende a boca. Depois os cabelos.
Finge as suas caras nas poças interiores.
O actor pôe e tira a cabeça
de búfalo.
De veado.
De rinoceronte.
Põe flores nos cornos.
Ninguém ama tão desalmadamente
como o actor.
O actor acende os pés e as mãos.
Fala devagar.
Parece que se difunde aos bocados.
Bocado estrela.
Bocado janela para fora.
Outro bocado gruta para dentro.
O actor toma as coisas para deitar fogo
ao pequeno talento humano.
O actor estala como sal queimado.

O que rutila, o que arde destacadamente
na noite, é o actor, com
uma voz pura monotonamente batida
pela solidão universal.
O espantoso actor que tira e coloca
e retira
o adjectivo da coisa, a subtileza
da forma,e precipita a verdade.
De um lado extrai a maçã com sua
divagação de maçã.
Fabrica peixes mergulhados na própria
labareda de peixes.
Porque o actor está como a maçã.
O actor é um peixe.

Sorri assim o actor contra a face de Deus.
Ornamenta Deus com simplicidades silvestres.
O actor que subtrai Deus de Deus,
e dá velocidade aos lugares aéreos.
Porque o actor é uma astronave que atravessa
a distância de Deus.
Embrulha. Desvela.
O actor diz uma palavra inaudível.
Reduz a humidade e o calor da terra
à confusão dessa palavra.
Recita o livro. Amplifica o livro.
O actor acende o livro.
Levita pelos campos como a dura água do dia.
O actor é tremendo.
Ninguém ama tão rebarbativamente como o actor.
Como a unidade do actor.

O actor é um advérbio que ramificou
de um substantivo.
E o substantivo retorna e gira,
e o actor é um adjectivo.
É um nome que provém ultimamente
do Nome.
Nome que se murmura em si, e agita,
e enlouquece.
O actor é o grande Nome cheio de holofotes.

O nome que cega.
Que sangra.
Que é o sangue.
Assim o actor levanta o corpo,
enche o corpo com melodia.
Corpo que treme de melodia.
Ninguém ama tão corporalmente como o actor.
Como o corpo do actor.

Porque o talento é transformação.
O actor transforma a própria acção
da transformação.
Solidifica-se. Gaseifica-se. Complica-se.
O actor cresce no seu acto.
Faz crescer o acto.
O actor actifica-se.
É enorme o actor com sua ossada de base,
com suas tantas janelas,
as ruas -
o actor com a emotiva publicidade.
Ninguém ama tão publicamente como o actor.
Como o secreto actor.

Em estado de graça. Em compacto
estado de pureza.
O actor ama em acção de estrela.
Acção de mímica.
O actor é um tenebroso recolhimento
de onde brota a pantomina.
O actor vê aparecer a manhã sobre a cama.
Vê a cobra entre as pernas.
O actor vê fulminantemente
como é puro.
Ninguém ama o teatro essencial como o actor.
Como a essência do amor do actor.
O teatro geral.

O actor em estado geral de graça.

Herberto Hélder

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domingo, setembro 21, 2008

Domingo 21/09 - Do Baú das Crónicas

O Símbolo da Pátria

Suponho existir algures na Alta Califórnia um monumento ao nosso compatriota João Rodrigues Cabrilho, descobridor daquela costa, cerca de 1540, ao serviço dos Reis de Espanha. Porque, há 50 anos, Ferreira de Castro encontrou na arrecadação de uma vivenda em São Francisco, à espera de pedestal, a estátua do grande Cabrilho. Embora os proprietários só falassem inglês, eram seguramente de ascendência lusíada, deduziu o escritor, porquanto, aos pés do navegador, jaziam dependurados três grandes bacalhaus secos.
Nas suas deambulações 'À Volta do Mundo', Ferreira de Castro constatou, fosse Índia, China ou Malásia, que em toda a parte onde havia portugueses havia bacalhau. Não tenho experiência que se lhe compare, mas suspeito ser realidade.
Há-de haver 20 anos, passei algumas semanas em casa de uns emigrantes, nos arredores de Paris. Gente simples, hospitaleira, generosa, com imenso prazer em receber. Ainda assim, mandam os costumes retribuir, oferecer qualquer lembrança aos donos da casa. Mas o quê? Um arranjo de flores? Uma peça de cristal? Um perfume? Queijo da serra, vinho do Porto? Da sondagem exploratória só saiu bacalhau. Apreciadíssimo. Melhor que oiro! Porque a reserva das 'vacanças' estava esgotada.
Um belo domingo, nos Champs-Elysées, aguardando o final da Volta à França, cruzámo-nos com um possidónio em parlapié franciú, à criancinha traquinas: 'Chicô, viène ici, mon p'tit.' Qual nada, Chiquito continuava destrambelhado. 'Francisco, viène ici, se nom apanhas uma chapada dans les ventas', perdeu o papá a tramontana. 'Está a ver', piscou o olho, cúmplice, o meu anfitrião, 'têm a mania de finaços, mas são bacalhaus como nós.' Aprendi. Ser bacalhau era, na gíria da emigração, sinónimo de nacionalidade portuguesa, mesmo camuflando as origens.
Estou em crer que esta identificação teleóstea é congénita. Há portugueses que gostam de sardinha, outros não. Petinga, carapau, jaquinzinhos, feijoada, cozido, arroz de lampreia, açorda de sável, fado, Benfica, tintol, muitos alinham, alguns (poucos) nem por isso. Mas de torcer o nariz ao bacalhau não há memória, nunca vi. É assim: conforme crescemos, adquirindo cultura, organizamos o nosso (conceito de) mundo. Categorizamos o tempo, o espaço, os objectos, os afectos. E, naturalmente, os alimentos. Estes subdividem-se em carne, peixe e bacalhau; o resto são condutos, acompanhamentos. Quer dizer: para nós, portugueses, o bacalhau salgado, seco, com espinhas, é uma categoria dietética própria, que não é carne nem peixe. É bacalhau. Ao contrário do peixe, não tem aquela mão-de-obra lixada, tirar peles, separar espinhas. E, em sinergismo com a carne, dá energia, puxa carroças.
A exploração dos bancos de bacalhau da Terra Nova constitui uma revolução alimentar na Europa, entre os séculos XVI e XVIII. Ingleses, franceses, flamengos, bascos, portugueses, catalães, iam todos àquele maná atlântico, fornecedor de proteínas, alegria dos pobres - e também dos ricos, particularmente nos jejuns da Quaresma, durante os quais estava interditado o simples comércio de carne, aves e ovos. Mas as guerras, as convulsões sociais, o progresso, os frigoríficos industriais e, nos últimos anos, as águas territoriais, liquidaram a moda europeia do bacalhau seco. Menos em Portugal. Não nos deixam pescar? Importamos da Noruega. Chega congelado, inteiro? Ora, faz-se de conta que é fresco: descongela-se, corta-se às postas, salga-se e seca-se. Ainda que, logo a seguir, nas nossas casas, se demolhe e volte ao congelador.
Somos os maiores consumidores mundiais per capita de bacalhau. Não sabemos viver sem ele. Quando, há dias, a Noruega negociava a sua integração na U.E., obviamente o nosso bravo governo - todo ele educado desde pequenino a óleo-de-fígado-de-bacalhau - exigiu contrapartidas: um aumento de quotas de pesca. Foi um valente finca-pé, com a vitória a sorrir-nos. 'Ganhámos!', garantiu, orgulhoso, o ministro Durão Barroso. 'Portugal duplicou a sua quota de pesca.' Porreiro. Só que o dobro de nada é nada. Zero multiplicado por dois dá zero. Mas receberemos fundos estruturais para reconverter a frota bacalhoeira. Em sucata.
Contudo, de uma coisa estou certo. Dê por onde der, continuaremos fiéis ao bacalhau. Vendo bem, mais do que o hino, bandeira, quinas, castelos, esfera armilar, o bacalhau é o símbolo da pátria. Direi mesmo, é a pátria. Por isso, recomendo ao homem da Feira Popular que, se se quiser recandidatar à Presidência da República, troque o queijo da serra por bacalhau. Rapidamente. Porque o General Eanes, ora sem partido, decerto fará do bacalhau sua flâmula, símbolo, imagem e programa eleitoral. Fiel amigo. Seco, esticado, salgado. Para todos os gostos, com mil e uma maneiras de cozinhar. Irresistível. Cá para mim, voto nele.

Ricardo França Jardim, Público, 17 de Abril de 1994

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sábado, setembro 20, 2008

20 de Setembro - Citação do Dia

Não há homem capaz de dar origem a mais aflições do que aquele que adere de olhos fechados aos hábitos maus dos seus avoengos.

William Faulkner, O Mundo Não Perdoa

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quinta-feira, setembro 18, 2008

18 de Setembro - Citação do Dia

Canção

O último pássaro
canta nos álamos.

A luz fatigada
tropeça nos ramos.

A terra é apenas
memória de lábios.

Ah, canta, canta,
rouxinol da água.

Eugénio de Andrade

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quarta-feira, setembro 17, 2008

17 de Setembro - Parabéns, C!

terça-feira, setembro 16, 2008

16 de Setembro - Parabéns, P!

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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segunda-feira, setembro 15, 2008

15 de Setembro - Citação do Dia

After each of these orgies of living, he experienced all the physical depression which follows a debauch; the loathing of respectable beds, of common food, of a house penetrated by kitchen odours: a shuddering repulsion for the flavourless, colourless mass of everyday existence; a morbid desire for cool things and soft lights and fresh flowers.

Willa Cather, Paul's Case, in The Troll Garden

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sábado, setembro 06, 2008

6 de Setembro - Citação do Dia

... a ânsia insaciável de ser sempre o mesmo e outro.

Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

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sexta-feira, setembro 05, 2008

5 de Setembro - Citação do Dia

O espelho é um objecto curioso: um vidro emoldurado que contém centenas de imagens diferentes, todas vividas e extintas para sempre.

G.K. Chesterton, O Segredo do Padre Brown

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quinta-feira, setembro 04, 2008

4 de Setembro - Citação do Dia

Ye Wearie Wayfarer

Life is largely grief and labour
Two things help you through:
Jeering when they hit your neighbour,
Whining when it's you.

Kingsley Amis

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quarta-feira, setembro 03, 2008

3 de Setembro - Citação do Dia

Quando um rapaz de catorze ou quinze anos descobre que a sua inclinação para a introspecção e a análise de si próprio é mais nítida que nos rapazes da sua idade, é inevitável a tentação de pensar que é mais maduro do que eles. No meu caso, um tal raciocínio era completamente errado. Na realidade, os outros rapazes não sentiam a necessidade de se compreenderem, porque podiam ser naturais, enquanto eu tinha de desempenhar um papel, o que exigia uma atenção e um discernimento consideráveis. Da mesma forma, não era a minha maturidade de espírito, mas o meu sentimento de mal-estar e a minha incerteza, que me obrigavam a exercer vigilância sobre o meu consciente. Porque uma tal consciência de mim era apenas um passo para a aberração e a minha maneira de pensar tão-só a expressão de uma conjuntura incerta e aleatória.

Yukio Mishima, Confissões de Uma Máscara

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terça-feira, setembro 02, 2008

2 de Setembro - Citação do Dia

Man's Testament

Life is mostly froth and bubble,
Two things stand like stone,
Kindness in another's trouble,
Courage in your own.

Adam Lindsay Gordon

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segunda-feira, setembro 01, 2008

1 de Setembro - Citação do Dia

Numa aula de trabalhos práticos de física, qualquer aluno pode fazer uma experiência para confirmar uma dada hipótese científica. Mas o homem, porque só tem uma vida, não tem qualquer possibilidade de verificar as hipóteses através da experiência e nunca poderá saber se teve ou não razão em obedecer aos seus sentimentos.

Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser

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