sábado, junho 30, 2007

30 de Junho - Citação do Dia

It's like a book, I think, this bloomin' world,
Which you can read and care for just so long,
But presently you feel that you will die
Unless you get the page you're readin' done,
An' turn another - likely not so good;
But what you're after is to turn' em all.

Rudyard Kipling

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quinta-feira, junho 28, 2007

28 de Maio - Citação do Dia

(A pedido do eduardo, que já não pode ver ratas)

Quem quer que o mundo seja perfeito, tem de ter o cuidado de não gostar nem desgostar a fundo de nada, nem de ninguém. O máximo que se pode permitir é uma boa-vontade generalizada.
Infelizmente, o que é triste é que a boa-vontade generalizada cai sempre a quem a recebe como uma espécie de insulto e, portanto, gera uma maldade especial. Se tem resultados assim, a boa-vontade generalizada não pode ser senão uma forma de egoísmo!


D.H. Lawrence, O Homem que Amava Ilhas

Espertalhote: eduardo

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quinta-feira, junho 14, 2007

As Ratas de Barcelona

Conhecem aqueles textos espanhóis com traduções manhosas? Tipo 'Viaje a Badajoz e disfrute as ilusões de um dia inolvidável', ou 'Pilhas não inclusas'? Agora imaginem ler um livro inteirinho assim. Em 'Os Mares do Sul', de Manuel Vásquez Montalbán, as pessoas bebem 'taças' de café, 'compartem' refeições, 'passam' a compartimentos, há lares para 'anciãos', são 'pulcras' a dar com um pau, começam todas as frases por 'pois'. Por algum milagre que não entendo, mas que agradeço, não bebem nada por 'vasos', mas escrevem 'informes', têm 'citas' e nunca telefonam, 'chamam'. Eu podia continuar, mas tenho coisas para fazer até ao fim do ano. Em todo o caso, uma nota de cultura geral: parece que em Barcelona existe uma rata por habitante. O que pode dar azo a todo o tipo de actividades lúdicas, pois, se há barceloneses (?) para quem as ratas são importantes e até indispensáveis, outros haverá que não têm uso para a sua obrigatória rata respectiva. Hão-de fazer-se grandes negócios à conta das ratas de Barcelona.
O que me irrita é que, graças ao tradutor automático espanhol/português que todos nós, lusos, temos incorporado, consegui aperceber-me de que o original deve ser muito bom. Como diria o tradutor desta edição, pois homem, há que lê-lo, por suposto.

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terça-feira, junho 05, 2007

41

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Alberto Caeiro

Espertalhotes: neptumância, Fantasma, leonor barros, eduardo jai

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