terça-feira, junho 05, 2007

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Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Alberto Caeiro

Espertalhotes: neptumância, Fantasma, leonor barros, eduardo jai

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4 Comments:

Blogger fernando said...

épibârcedei tu iú
épibârcedei tu iú
épibârcedei diâr ana
épibârcedei tu iú!!!
clap clap clap clap
chuac!!


e já agora
AC

10:07 da manhã  
Blogger fantasma said...

Alberto Caeiro :)
E muitos parabéns!!!

5:40 da tarde  
Blogger LeonorBarros said...

É o Caeiro, mas hoje a estrela és tu!!!!!!!!!!!!!!!
Beijos

8:36 da tarde  
Blogger eduardo jai said...

C,A

Parabéns, Ana!
:)

12:25 da manhã  

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