domingo, janeiro 08, 2006

8 de Janeiro - Citação do Dia

O Centro do Universo (excerto)

É como um murmúrio, um agitar de tenros canaviais, essa
aragem de flautas,
desfraldando os véus à volta dos lábios.
É uma câmara de ecos que revolve a terra,
vibrando imaculada como os tambores depressa sobre as
teias do poente.

Em ardilosa toca te ocultas e não há quem te encontre.
É isso:
trazes um mistério de teares, enrolas-te nos mantos
divinos.

Viste os charcos, a ruína.
Impérios de breu tombavam à altura do teu andar.
Cerca de ti, o silêncio mortuário, folhagens e odores no
limiar dos pântanos.
O que aí se ouve é sempre um redobre, a agitação dos sinos.

Estremeces face à rápide neve dos crepúsculos.

José Agostinho Baptista

Etiquetas:

5 Comments:

Blogger eduardo jai said...

não sei...
mas porque é bonito, desta vez vou "guessar".

Rimbaud?

3:57 da tarde  
Blogger ana said...

Guessa, guessa, que o teu guessar tem graça...

4:25 da tarde  
Blogger eduardo jai said...

mmmhm...

Hermann Hesse?

5:27 da tarde  
Blogger eduardo jai said...

Parte I (a presunção)-
andei lá perto. afinal são todos europeus, verdad?

Parte II (a desculpa)-
também era difícil adivinhar, só tenho um ebook - "Afectos" - desse autor...

Parte III (a vingança)-
quando for grande quero ter um blog só de poesia Indiana, para submeter a Ana às mais tortuosas questões. todos os outros leitores terão bilhetes para a Índia por alturas do Diwali ou do Holi.

Parte IV (a fuga)-
e agora vou-me embora, não vá ela ter escolhido para amanhã alguma agustinice bessiânica, porque é segunda-feira e só tivemos um rei chamado Luís...

Parte V (looking back over my shoulder)-
humpf

3:30 da manhã  
Blogger ana said...

Oh, deepy, amuado ainda tens mais graça. E essa do poesia indiana havia de ser linda, sim.

10:23 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home