10 de Novembro - Citação do Dia
Quando a morte vier, meu amor,
fechemos os olhos para a olhar por dentro
e deixemos aos nossos lábios o murmúrio
da palavra branda jamais pronunciada
e às nossas mãos a carícia dispersa;
relembremos o dia impossível,
belo por isso e por isso desprezado,
e esqueçamos o que não nos deixaram ver
e o resto que sobrou do nada que possuímos;
deixemos a poesia que surge
o pranto de quem a trocou por comer
e os passos sem rumo pelas ruas hostis;
deixemos à carne o que não alcançámos,
e morramos então, naturalmente...
Tomaz Kim
fechemos os olhos para a olhar por dentro
e deixemos aos nossos lábios o murmúrio
da palavra branda jamais pronunciada
e às nossas mãos a carícia dispersa;
relembremos o dia impossível,
belo por isso e por isso desprezado,
e esqueçamos o que não nos deixaram ver
e o resto que sobrou do nada que possuímos;
deixemos a poesia que surge
o pranto de quem a trocou por comer
e os passos sem rumo pelas ruas hostis;
deixemos à carne o que não alcançámos,
e morramos então, naturalmente...
Tomaz Kim
Etiquetas: poemas
5 Comments:
Limdo. Obrigado. Desconheço o autor... Quem é?
Tomaz Kim: pseudónimo de Joaquim Fernandes Tomaz Monteiro-Grillo, que nasceu no Lobito, Angola, a 2 de Fevereiro de 1915. Estudou em Cape Town, Lisboa e Londres, onde viveu largos anos. Acabou por doutorar-se em Literatura Inglesa na Universidade de Lisboa. Prosseguiu estudos da sua especialidade em Oxford, Heidelberg, Bona e Gotinga. O poeta faleceu subitamente em Lisboa, a 24 de Janeiro de 1967. (Informações tiradas de Líricas Portuguesas, de Jorge de Sena)
Ainda bem que gostaste. Obrigada pela visita e volta sempre!
bonito, muito bonito.
não conhecia o autor.
obrigado, Ana.
Também não conhecia Tomaz Kim.
Adorei, apesar de me ter deixado um pouco melancólica.
Não conhecia o autor, mas conhecia o poema, um dos preferidos do meu tio, que o recita de quando em quando e me deixa com um sorriso nos lábios.
Obrigada por mais um. :))
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