ABRIL - ESPERTALHOTE DO MÊS
O Homem Que Não Queria Ser Espertalhote
A sua inteligência oprimia-o. A sua cultura era um fardo que lhe pesava como uma maldição - dir-se-ia que a adquirira involuntariamente, como uma camada de sarampo. Há muito que se conformara a viver num mundo medíocre, em que esses atributos apenas lhe traziam olhares invejosos e insinuações escarninhas. Habituara-se a escondê-los, e negá-los, e já quase esquecera a sua existência.
Um dia conheceu este blog. Espantoso. O único sítio onde ter lido tudo e mais alguma coisa podia ter utilidade. Durante meses lutou contra a tentação de gritar: 'Sim, eu sei quem é o autor! Sei-os todos!' À timidez acrescentava a humildade. Sem se aperceber, acrescentara mais esse peso ao fardo que arrastava na vida.
Desesperado, fugiu para longe, para um país de cores quentes e sabedoria ancestral, onde poderia quiçá fundir-se na multidão e esquecer-se de si. Foi aí, à beira do Ganges, que chocou de frente com uma epifania. Uma luz branca quase o cegou, enquanto mil carrilhões lhe tangiam aos ouvidos. Depois, ouviu uma voz muito suave dentro de si: 'A modéstia excessiva mais não é do que uma forma de soberba.'
A sua demanda terminara. Lançou rapidamente para a mochila uns poucos pertences e souvenirs e empreendeu o regresso. Nunca ninguém foi tão longe por este blog.
Eis a história do homem que quis fugir ao seu destino de Espertalhote do Mês, o nosso humilde eduardo.
A sua inteligência oprimia-o. A sua cultura era um fardo que lhe pesava como uma maldição - dir-se-ia que a adquirira involuntariamente, como uma camada de sarampo. Há muito que se conformara a viver num mundo medíocre, em que esses atributos apenas lhe traziam olhares invejosos e insinuações escarninhas. Habituara-se a escondê-los, e negá-los, e já quase esquecera a sua existência.
Um dia conheceu este blog. Espantoso. O único sítio onde ter lido tudo e mais alguma coisa podia ter utilidade. Durante meses lutou contra a tentação de gritar: 'Sim, eu sei quem é o autor! Sei-os todos!' À timidez acrescentava a humildade. Sem se aperceber, acrescentara mais esse peso ao fardo que arrastava na vida.
Desesperado, fugiu para longe, para um país de cores quentes e sabedoria ancestral, onde poderia quiçá fundir-se na multidão e esquecer-se de si. Foi aí, à beira do Ganges, que chocou de frente com uma epifania. Uma luz branca quase o cegou, enquanto mil carrilhões lhe tangiam aos ouvidos. Depois, ouviu uma voz muito suave dentro de si: 'A modéstia excessiva mais não é do que uma forma de soberba.'
A sua demanda terminara. Lançou rapidamente para a mochila uns poucos pertences e souvenirs e empreendeu o regresso. Nunca ninguém foi tão longe por este blog.
Eis a história do homem que quis fugir ao seu destino de Espertalhote do Mês, o nosso humilde eduardo.
Etiquetas: espertalhotes
5 Comments:
assim também quero ser espertalhote, para ter direito a algo assim.
parabéns eduardo!
entretanto já a contar para o mês de maio, tenho cá um palpite que sei quem escreveu "o homem que queria ser espertalhote".
palpito? palpito?
Trabalha, meu filho. Põe os olhos no eduardo e talvez um dia venhas a ser o espertalhote do mês.
Parabéns!!!
Pois que hei-de eu dizer…?
Ontem, ou anteontem, descobri que me tinham alado no fórum BC e hoje, isto: o meu 1º Ciberprémio Internacional!
Uma semana emocionante e só agora vai a meio…
Se quanto às asas nada posso fazer, confesso que hesitei por um segundo em receber este award e até faltar à entrega do galardão anual. Mas, depois, pensei:
qual foi o prémio Nobél - sim, com acento - que teve direito a tanto por tão pouco?
Nenhum.
Por isso aceito-o, sem humildade e sem soberba. Apenas com gratidão e completo desinteresse.
[Já agora, a quantas Franziskaners tem o vencedor direito, por mês? Cheguei agora a casa depois de beber duas na Ribeira. Para a próxima uso o meu SmartassCard, não é? Platinum, i hope...].
Obrigado, Ana. Pela gargalhada, pelo bem-estar, pelo carinho.
Gostei mesmo do que escreveste.
Não te esqueças de fazer isso mais vezes.
E mostra-nos.
:)
Gostei muito, ana e parabéns eduardo.
:))
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