segunda-feira, novembro 07, 2005

7 de Novembro - Citação do Dia

Tal como não é a um homem inteligente que um homem inteligente receia parecer parvo, também não é por um grande senhor, mas por um rústico, que um homem elegante receará ver desconhecida a sua elegância. Três quartas partes dos desperdícios de espírito e das mentiras de vaidade, prodigalizados desde que o mundo existe por pessoas que só se diminuem com essas coisas, tiveram por objecto os que lhe são inferiores.

Marcel Proust, Um amor de Swann

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5 Comments:

Blogger eduardo jai said...

recuso-me a comentar Proust ou qualquer coisa que o homenzinho tenha "pensado".

até o Descartes (outro iluminado da "miolosofia") iria ter que pôr em causa se ambos existiam, caso o tivesse conhecido uns séculos antes. e ter-se-ía ficado apenas pela geometria analítica.

talvez até se tivessem apaixonado e quantas árvores se tinham poupado, Senhor...
era o que se podia chamar de 2 em 1, relativamente a benefícios para a Humanidade.

bem, mas como este é o blog da Ana e o primeiro que leio quando "blogaround", comento só uma coisinha:
"Três quartas partes dos desperdícios de espírito e das mentiras de vaidade, prodigalizados desde que o mundo existe por pessoas que só se diminuem com essas coisas, tiveram por objecto os que lhe são inferiores."

inferioridade intelectual e inferioridade na elegância.pois, pois...

não sei porquê faz-me pensar que ele daria um óptimo apresentador de um tele-vendas qualquer:
a vender livros com testes de QI e as gotas #2 da Elsita.
(aquelas que actuam no sistema intestinal e deixam as pessoas mais elegantes, ao fim de 1000 doses).


bom dia, Ana :)

11:24 da manhã  
Blogger Elsita said...

Ai socorro, um post do Proust!
*runs*

12:43 da tarde  
Blogger ana said...

Lol, vocês até parecem aquela alentejana da anedota, que só respondeu ao anúncio de emprego para dizer que não contassem com ela. A minha relação com o Marcel também é ambivalente, mas, como em tudo o que li, se tirar alguma coisa de interessante, aproveito-a e pronto. E acho a afirmação certíssima. Perdemos imenso tempo a tentar agradar e seduzir pessoas que nos são inferiores, intelectualmente e muitas vezes ética e moralmente. Essa é pelo menos a minha experiência. E já me deixei daquelas tretas de afirmar que somos todos iguais. Há pessoas inferiores a mim, sim, e não são necessariamente pobres, mal vestidas ou analfabetas, muito pelo contrário.

6:34 da tarde  
Blogger eduardo jai said...

ai,ai,ai... às armas Ana, às armas!!

espada como de costume?
ou esvaziamos as franziskaners um do outro, sem as beber, mesmo à frente dos olhos, e quem aguentar mais o sadismo ganha?
(prefiro a 1ª, tenho mais chances :P)

local a designar...?
sempre podemos um dia destes dar uma escapadela ao fórum BC...
não sei, vê lá tu.

é que sou mesmo alérgico ao Proust.

um daqueles casos em que as minhas perspectivas de igualdade, superioridade, inferioridade e lateralidade, só por ver o nome do homenzinho, sofrem sempre uma rotação aleatória mas apenas porque espirro.

às vezes apetece-me encontrar um novo adjectivo para ele.
acabo por não procurar. é tempo perdido.

coloquei-o na prateleira dos "hominídeos pensantes".

vês?...
também não acho que as pessoas sejam todas iguais.
se tipos como o Proust são superiores, por favor, Deuses:
tragam mais inferioridade ao meu olhar!!


ps - eu a ti compreendo-te Ana, mas ao Proust não, pronto. (lol)

e, já agora, para quando "as minhas palavras" como irmão mais novo de "as palavras dos outros" ?
pensa nisso... ;)


Abraço

7:44 da tarde  
Blogger fernando said...

:))))

afinal há mais quem queira as tuas palavras

10:09 da manhã  

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